Publicado em 01/07/2016 às 03:00,

Mulher é presa após pedir dinheiro para tratar falso câncer de filho

Redação, Correio do Estado 
Cb image default
(Foto: Divulgação)
Vera Lúcia Alves Penaves, de 61 anos, foi presa ontem, em Jaraguari, após denúncia de que estaria aplicando golpes em Bandeirantes. Conforme o delegado responsável pelo caso, Antenor Batista da Silva Junior, a mulher movimentava mais de quatro contas bancárias para receber os depósitos que as vítimas efetuavam para o falso tratamento do filho com câncer e até para o translado do corpo da criança, inventado para conseguir dinheiro.O titular há 10 anos da delegacia de Bandeirantes, que também responde pela delegacia de Jaraguari pelo mesmo período, informou ao Portal Correio do Estado que a mulher agia na região há certo tempo. “No ano passado ela foi vista em Jaraguari, na ocasião chegou a pedir cesta básica”, contou a autoridade ao destacar que golpes também foram aplicados em Sidrolândia.O caso foi descoberto depois que um casal de chacreiros ajudou a mulher com R$ 400. “Ela contou a história para um casal simples de chacreiros, que, comovidos, de imediato, deram R$ 100 a ela. Alguns dias depois, a mulher pediu R$ 3.500 com a desculpa de que precisaria trazer o corpo do filho (que estava doente e tinha morrido) para Bandeirantes. Sensibilizado o casal depositou mais R$ 300 no número da conta que a mulher já havia deixado com eles. No dia seguinte a vítima tentou ligar no celular da mulher, que não atendeu mais as ligações, o que deixou o casal desconfiado. No outro dia a mulher atendeu e disse que estava resolvendo as papeladas do translado e que o velório seria em Campo Grande, se contradizendo da primeira informação”.No intuito de ajudar a mulher com o translado, uma rádio de Bandeirantes quase anunciou o caso, mas desistiu ao desconfiar de uma mãe que aparentava muita calma diante de um filho recém-morto. Além disso, as histórias que ela contava eram contraditórias, conforme uma das vítimas. “Para algumas pessoas ela falava que precisa de R$ 4 mil, para outras R$ 3 mil para trazer o corpo do filho”, destacou o delegado.Conforme uma das testemunhas de Bandeirantes, que não quis se identificar, a mulher chegou a pedir dinheiro para muita gente na cidade, já que as vítimas foram aparecendo depois que o caso foi parar nas redes sociais. As pessoas comentavam que a mulher era golpista e que inventava histórias diferentes a respeito de um filho doente. De acordo com o delegado, no momento da prisão, a mulher estava com R$ 350 em dinheiro e mais diversos cartões bancários de agências como Santander, Caixa Econômica Federal, Bradesco e Sicredi. “Ela vendia rifas, algumas cartelas estavam em branco, outras com alguns nomes preenchidos”, contou o delegado ao acrescentar que, de fato, a mulher tem um filho, que mora em Campo Grande e que é deficiente. “Ela dizia aos familiares, que moram na Capital, que trabalhava em Bandeirantes de diarista, e os parentes acreditavam, já que ela sempre voltava com dinheiro para casa”.Segundo Antenor, as vítimas de Jaraguari já receberam o dinheiro de volta e não está descartada a possibilidade de outras pessoas estarem envolvidas no crime. Pedimos a quebra do sigilo bancário dela para investigar melhor.