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Ivinhemense diz que supera até falta de tereré para elevar MS no esporte

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(Foto: Divulgação)
Uma das maiores revelações do esporte brasileiro, Victoria leva nome de MS ao mundo Saiba MaisIvinhemense vai à semifinal em mais uma etapa de vôlei de praia em João PessoaIvinhemense vai batendo recorde e conquista mais um títuloTainá e a Ivinhemense Victoria ficaram com a prata no circuito Sul-Americano de Vôlei de PraiaCerca de 1.000 quilômetros e 12 horas de viagem em linha reta separam a cidade de Ivinhema do litoral de São Paulo, o mais próximo de Mato Grosso do Sul. A distância, no entanto, não é suficiente para fazer com que o esporte mais característico com as tradições litorâneas, o vôlei de praia, tenha entre suas maiores apostas no Brasil uma atleta do Estado, Victoria.Ivinhemense de 19 anos, 1,78m de altura, 61 kg, a talento brilhante das areias brasileiras, aposta alta de medalha olímpica, deixou Mato Grosso do Sul para morar em Sergipe, onde mora a ex-parceira Duda, em 2015.Ela viu minha dificuldade em treinar, participar das competições e por isso me convidou a morar no Nordeste. Foi a realização de um sonho. Uma mudança muito radical, fiquei ainda mais longe da minha família, mas eu me adaptei rápido, fui muito bem acolhida, disse, em entrevista.Longe do Estado e da família, todo sacrifício foi válido para a atleta de ouro: até perder certos hábitos, como o de tomar o tereré, bebida típica. Depois que vim ao Nordeste, não encontrei e parei. Antes bebia a toda hora. Hoje perdi o contato. Quando vou visitar a família nem tomo mais, disse.O sacrifício não foi em vão. A mudança para Aracaju fez o talento de Victoria despontar. E acumular títulos. Campeã Mundial sub-19 em 2016, no Chipre, campeã brasileira sub-21 em 2016, campeã das etapas de Saquarema (RJ) e Fortaleza (CE) do Circuito Banco do Brasil Nacional 2015/2016, campeã das etapas do Rio de Janeiro (RJ) e Palmas (TO) do Circuito Banco do Brasil Sub-21 2016, campeã das etapas de Maringá (PR) e Salvador (BA) do Circuito Banco do Brasil Sub-21 2014 e vice-campeã do Torneio das Quatro Nações Sub-21 (Austrália).Neste ano, Victoria já acumulou resultados positivos. Ao lado de Tainá, sua nova parceira, foi vice-campeã da etapa de Nova Viçosa (BA) do Circuito Sul-Americano, onde levaram o ouro na etapa seguinte, em Rosário, na Argentina.A gente está evoluindo bastante, treinando bastante. Colocamos como meta tentar chegar em todas as semifinais em todas as etapas que disputamos. Estamos vendo que é possível, disse.Um salto e tanto para a estrela em ascensão, que deixou Ivinhema aos 13 anos para começar a treinar em Três Lagoas. O início, nas quadras, disputando Jogos Escolares e representando o Estado nos Campeonatos Brasileiros de Seleções, foi responsável por chamar atenção do técnico Antônio Carlos, o D’Lua, responsável por sua adaptação na areia.Eu fui (para Três Lagoas) achando que era quadra. Quando vi tive de me adaptar. Morar longe da família não é fácil, eu era uma criança, tinha 13 anos, mas aceitei e passei por todas as dificuldades, disse a atleta, que apesar de ainda estar no MS, não podia ir visitar os pais por conta das competições e treinos.Hoje no Nordeste, Victoria tem, em partes, que levar a bandeira sul-mato-grossense pelo Brasil. Morando uma civilização tão distinta da nossa, ri das perguntas que tem de responde, sobre como alguém nascida em Estado sem litoral pode brilhar tanto na areia.Explico que comecei a treinar em uma lagoa, mas não tem jeito. Uns riem do meu jeito de falar, do sotaque. Outros perguntam das capivaras e jacarés. Me zoam que eu durmo com esses bichos (risos). Eu tenho que explicar que não é assim que funciona, disse.Livre do hábito de tomar tereré, uma das tradições do Estado que a mudança ao Nordeste lhe fez perder, Victoria nem precisa esquentar com as provocações e gozações sofridas. Seu rendimento faz com que vire um exemplo do vôlei de praia em Mato Grosso do Sul, sendo expoente de uma geração promissora do Estado, formada por nomes como Danielle, Bel e Aline. Além delas, há também Aninha, outra  grande revelação, que jogou ao lado de Victoria e venceu a primeira etapa em 2018 do Circuito Brasileiro sub-21 de vôlei de praia, disputada na Praia de Cabo Branco, em João Pessoa (PB), neste mês. O resultado deu uma inédita liderança a Mato Grosso do Sul no circuito brasileiro da categoria.Ao que parece, a ausência de praia em Mato Grosso do Sul é um mero detalhe para que os jovens encurtem as distâncias do Estado para o mar, pelo menos no esporte. (Correio do Estado)