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Nova Andradina tem uma das piores velocidades de internet do Brasil

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(Foto: Divulgação)
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(Foto: Divulgação)
Levantamento realizado pelo portal G1 mostra que moradores de 406 cidades brasileiras acessam a internet com uma velocidade inferior à oferecida na Líbia, um país em conflito. Segundo o estudo, a velocidade média da internet no Brasil, que completa 20 anos neste mês, gira em torno de 3 Mbps, o que faz o país ocupar a 89ª posição, atrás de Iraque, Kwait e Sri Lanka, segundo o último relatório da Akamai, empresa de alcance global e referência na área. A Coreia do Sul, em primeiro lugar no ranking formado por quase 150 países, tem uma velocidade média de 22,2 Mbps.A média do Brasil esconde uma disparidade ainda maior entre os municípios. Como as empresas são obrigadas a informar à Anatel a faixa de velocidade de todos os pontos de acesso fixo no país, é possível analisar a situação de cada cidade. São cinco tipos de faixa de classificação (0 a 512 Kbps, 512 Kbps a 2 Mbps, 2 Mbps a 12 Mbps, 12 Mbps a 34 Mbps e acima de 34 Mbps). São Paulo, por exemplo, tem 3,1 milhões de pontos. A maioria deles (47%) se concentra na faixa de 2 a 12 Mbps. De acordo com o levantamento do G1, 3.971 cidades têm como faixa predominante de velocidade aquela que vai de 512 Kbps a 2 Mbps, entre elas Nova Andradina.Com este índice de velocidade na internet (512 Kbps a 2 Mbps), Nova Andradina, bem como outros municípios da região como Batayporã, Ivinhema e Bataguassu, ocupam uma das piores faixas possíveis. Já as cidades de Taquarussu, Novo Horizonte do Sul, Anaurilândia e Angélica, por exemplo, possuem velocidade de média de 2 Mbps a 12 Mbps, ficando, desta forma uma faixa acima no que se refere a velocidade de conexão com a rede mundial de computadores. A má qualidade do serviço prestado em Mato Grosso do Sul fica ainda mais evidente quando comparada à velocidade de internet disponível em cidades do interior de São Paulo.No município de Rosana (SP), localizado há cerca de 70 quilômetros de Nova Andradina, a velocidade média da internet é de 12 Mbps a 34 Mbps, colocando a cidade em uma das melhores faixas possíveis. De volta ao Estado, o estudo mostra que Dourados aparece em uma das melhores colocações, uma vez que o município também possui velocidade média de internet entre 12 Mbps a 34 Mbps, ao contrário de Campo Grande, que registra apenas 2 Mbps a 12 Mbps, índice bem inferior ao da já citada cidade de Rosana (SP), que conta com 18.803 habitantes ao passo que a Capital de Mato Grosso do Sul chega a 843.120 habitantes, segundo estimativa para 2014 do IBGE.A baixa velocidade oferecida aos usuários de Mato Grosso do Sul se reflete diretamente nos serviços que necessitam da Internet, como os sites de notícias, por exemplo, que dependem exclusivamente da rede mundial de computadores para publicar suas matérias. “Um site de notícias com uma internet de baixa qualidade é igual a um jornal impresso em papel ruim. Apesar do esforço da equipe, o trabalho fica comprometido”, afirma Almir Portela, um dos responsáveis pelo Jornal Eletrônico Nova News.  Segundo a reportagem do G1, o diretor de operações da empresa Akamai, Jonas Silva,coloca o tamanho dos municípios como agravante. “Se a cidade tem mais de 1 milhão de habitantes, tem provedor de acesso que não acaba mais. Pode escolher o provedor A, B ou C. À medida que se entra para as cidades de 800 mil, já começa a diminuir a quantidade de provedores. Nas cidades menores, a oferta é mais baixa”. No caso do interior de Mato Grosso do Sul, a operadora “OI” possui o monopólio da internet banda larga. Sem concorrência, muitas vezes os serviços deixam a desejar.O Ministério das Comunicações diz que “reconhece que há uma carência de infraestrutura ainda presente no Brasil que dificulta o acesso à banda larga de populações em algumas regiões mais isoladas e cria um hiato na disponibilidade de internet de alta velocidade no país”. “Ciente de que existe uma grande desigualdade no serviço ofertado, o governo não medirá esforços para, por meio do Programa Banda Larga Para Todos, melhorar essa realidade e diminuir os desequilíbrios regionais”, informa, em nota.O Brasil tem atualmente 24,3 milhões de pontos de acesso de banda larga fixa. Destes, 46,3% estão na faixa de 2Mbps a 12 Mbps. O diretor da Sinditelebrasil traça um cenário otimista para os próximos anos. “As operadoras começaram a investir em novas tecnologias. No caso do móvel, a solução é o 4G. Na banda larga, as operadoras usaram soluções para otimizar o tráfego. Começaram a usar anéis metropolitanos de fibra ótica e até em bairros. Até 2019, vai ter acesso em todos os municípios do Brasil, e o país todo vai ter internet no patamar próximo de 20 Mbps.”Segundo o Ministério das Comunicações, o Plano Banda Larga para Todos, ainda em formulação, pretende levar internet rápida, com uma velocidade média de 25 Mbps, para 95% da população brasileira até 2018. Para chegar a esse patamar, no entanto, há um longo caminho a ser percorrido. Hoje, só 4,5% das conexões são por fibra ótica, relevam dados da Anatel. O ministério diz que será preciso contar com “forte investimento em infraestrutura”. A pasta afirma, no entanto, que isso ainda depende do orçamento disponível para o programa. (Com informações do G1).