23/04/2020 09:00:00
O ex deputado e atual presidente nacional do PDT, Carlos Lupi, usou sua conta pessoal no Twitter para informar que o partido presidido por ele pretende protocolar, ainda nesta quarta-feira (22), pedido de impeachment contra o presidente Jair Bolsonaro (sem partido) na Câmara dos Deputados. Carlos Lupi alega que o pedido baseia-se na "irresponsabilidade do presidente em meio à pandemia, estimulando indiretamente a contaminação de milhares de pessoas, e dos seus ataques constantes ao Congresso, Judiciário e à imprensa livre".
Lupi disse ainda, que o pedido de afastamento do presidente expõe "as ameaças à democracia" que teriam sido feitas pelo militar da reserva em diversas ocasiões. "Caberá à Câmara dos Deputados analisar e votar ou não o nosso pedido. O papel do PDT é defender a democracia e a saúde do povo brasileiro", afirmou o pedetista.
Após fazer a publicação, Carlos Lupi fez um novo tweet, dessa vez um vídeo em que detalha as razões pelas quais o PDT decidiu encaminhar o pedido de afastamento de Bolsonaro ao Congresso. "(O presidente) Passou de todos os limites. Indo para a rua, convocando multidões a se juntar, espalhando essa pandemia do coronavírus que está vitimando milhares de famílias brasileiras. Até onde vai tanta irreponsabilidade?", questionou.
Carlos Lupi usou do espaço para criticar o fato de Bolsonaro ter participado, no último domingo (19), de um protesto em Brasília em que alguns dos seus participantes pediam um golpe militar e até a reedição do AI-5. "Além disso, vai para a rua incentivar, apoiar, aplaudir a volta da ditadura, do AI-5, da atrocidade que foi o golpe de 1964. Chega, nossos limites se esgotaram. Nós queremos que a Câmara dos Deputados examine esse impeachment e tome a decisão de impedir que essa atrocidade continue governando o Brasil", disparou.
Ciro Gomes
O Ex-governador do Ceará e candidato à presidência em 2018, Ciro Gomes também usou suas redes sociais para tecer comentários sobre a decisão do PDT de protocolar o pedido de impedimento de Bolsonaro. "Chega de notinha de repúdio! Temos que confrontar, qualquer que seja a dificuldade politica ou ameaças, a conduta criminosa de Bolsonaro", cravou o pedetista.
Para seguir adiante, o processo de impeachment precisa ser acatado pelo presidente da Câmara, o deputado Rodrigo Maia (DEM). De acordo com a Constituição, um presidente da República só pode ser afastado do cargo caso cometa crime de responsabilidade e seja julgado politicamente pelo Congresso Nacional. Desde a redemocratização, dois presidentes brasileiros passaram por processos de impeachment, Fernando Collor (PTC) e Dilma Rousseff (PT).
(Por Jornal do Comércio)
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